domingo, 1 de fevereiro de 2009

capitulo XXXVI


Finalmente chovia.
Caía violentamente como numa zanga de séculos. Enquanto me deslocava pacientemente por entre as bátegas que mais pareciam pequenos martelos, as sirenes confundiam-se com o sentido unidireccional do nevoeiro que se ia abatendo sobre mim. À minha volta, simplesmente nada. Apenas a confusão caótica provocada por restos de ruído e rastilhos roídos de inveja e pura maledicência. Tentei pôr-me à escuta para ver de que lado da rua escolheria o meu caminho. Mas nem a chuva nem o coração, me davam pistas claras sobre qual deveria eu seguir.
Mas fechei os olhos e avancei.
Sim, é verdade...eu chorei.