domingo, 25 de janeiro de 2009

Capitulo XXXV


Decidi sentar-me.
Enquanto eu sentisse a espuma agridoce do teu sonhar acordada, iria querer ficar com certeza sentado à tua espera. Nem era assim tão desconfortável ficar à tua espera. Mesmo andando de pantufas sobre pedaços de nuvem enrolados pela cintura, o cansaço era evidente. Era tão óbvio, que por mais leve que o meu ar se tornasse era sentido de forma intensa e permanente pelos dedos que me iam amparando os movimentos. Esse ar ia bailando em fortes aspiradelas expelidas e sem ritmo certo formando grandes coágulos no espaço vítreo à minha volta. E até o conhecimento de tão estranha arquitectura, não me seduzia a natural fadiga imposta pela forma de sentir teu desejo. Sentia-me cansado.
Decidi sentar-me.