domingo, 25 de janeiro de 2009

Capitulo XVI


O som tornara-se insuportável.
Fazia lembrar a pedra atirada com força contra uma água em fina folha de papel. Não saltitava, mas latejava nas têmporas laterais a cada vez que me lembrava de ti. Não imaginando tão perto lembravas-me um deserto distante e sem sol, qual mar sem sal. A cada ribombar sintonizado em ti, virava outra página do livro que me ias fazendo ler. As letras que me davas a conhecer não formavam frases simples nem melodiosas. Eram como uma sopa de letras espalhada no chão à espera da minha arte de fazer puzzles. Não as compreendia, mas lia-as com a satisfação de que me eram dirigidas. O som não as clarificava nem as organizava por sí só. Ao invés, iam embaciando-me a mente e só tu permanecias.
Meu coração batia por ti.